terça-feira, 1 de novembro de 2016

[Resenha] Mas será que nada mais faz sentido? - Felipe Neto


Nota: Esse material foi escrito quando o Felipe Neto passou por São José dos Campos em Maio/2016 e, por motivos que não cabem aqui, acabou não sendo publicado no seu destino original.  Aí vai de toda forma...

Esqueçam tudo que vocês acham que sabem sobre You Tubers, eles são pessoas e pessoas são diferentes entre si.  Esqueçam tudo que acreditam sobre livros de You Tubers, eles são escritos por pessoas e, por isso, também diferentes entre si.

Essa é a resenha do livro de um dos criadores do movimento.  De carona, também pretendo fazer alguns comentários sobre sua peça homônima onde muito do texto foi aproveitado pelo autor, e ator, Felipe Neto.

Recentemente tive a oportunidade de assistir uma das apresentações da peça Minha Vida Não Faz Sentido em minha cidade.  Muito do texto da peça veio do livro Não Faz Sentido – Por Trás da Câmera e mais.

Não faço parte do público alvo do artista, que acompanho já há algum tempo, mas gosto do seu trabalho.  Não concordo com tudo que ele defende e argumenta, mas acredito que ele oferece posições defensáveis e interessantes, por várias vezes provocadoras ( o que faz parte do negócio).  Acredito que seu público alvo são adolescentes, ou adultos com relação direta com adolescentes.  Isso se refletia no público da peça onde os poucos adultos presentes estavam, muito frequentemente, acompanhados de adolescentes (menores de idade).

Com relação ao espetáculo, ele funciona muito bem, a empatia com seu público é notável, e a naturalidade de sua atuação cativante.  Por várias vezes me passou a impressão do ator ter saído e voltado ao personagem oferecendo lampejos de sua real persona.  Isso era transmitido por uma risada mais natural e solta, ou um comentário fugindo do improviso previsto/ensaiado que parece permear o espetáculo.  Com 40 anos me diverti muito por todo o tempo da longa apresentação (cerca de 2 horas) e minha esposa, que não conhecia o trabalho do artista, também se divertiu a maior parte do tempo.  O espetáculo me inspirou a partir para a leitura do livro, que estava comprado há alguns meses.
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Não Faz Sentido – Por Trás da Câmera
Felipe Neto
Editora Leya - 272 Páginas – 2013

Sinopse
Criado por Felipe Neto em 2010 sem maiores pretensões, o Não Faz Sentido tornou-se um fenômeno da internet brasileira e o primeiro canal de vídeos em língua portuguesa a ultrapassar a marca de 1 milhão de inscritos.

Confundido muitas vezes com seu personagem reclamão, Felipe Neto expõe nesta obra sua outra face, sem óculos escuros, muito diferente da que se vê em seus vídeos mais famosos.

Do garoto que se levantou da falência à exposição meteórica que o levou à depressão; dos bastidores envolvendo o vídeo contra a série Crepúsculo ao desentendimento com celebridades; acompanhamos, com muita sinceridade, uma história de sucesso por trás dos panos.

Você conhece o Não Faz Sentido. Agora vai conhecer a história, através de uma linguagem bem-humorada e sem nunca se levar muito a sério, pela lente de quem está por trás da câmera. E comprovar que, apesar do nome, este livro nos apresenta a história de um projeto cujo sucesso possui não apenas toda lógica, como também todos os motivos para se comunicar com uma geração altamente conectada, disposta a revolucionar a maneira como lidaremos com a produção e o conteúdo do entretenimento mundial.

No próprio livro, e na internet, o autor declara constantemente seu amor e respeito pela leitura e pelo livro.  Pela qualidade de argumentação e por expressar uma opinião embasada (ainda que você não concorde com tudo que ele diz; eu sei que não concordo... ele sugere frequentemente que você não deveria concordar sempre com ele). 

Outra restrição que vejo frequentemente colocada (até pelo próprio autor) é se esse livro deveria existir.  O livro que conta a história e carreira de um “garoto” com menos de 30 anos.  Ao longo da história, resumida na peça e contada no livro apresenta a história de um empreendedor, um pioneiro no You Tube e sua linguagem, um artista multimídia que soube transformar essa arte em um negócio de uma maneira única e pouco convencional.  Conta a história das diversas retomadas diante de derrotas, não como teimosia, mas como aprendizado.

Esse é o livro que conta a história que colocou o empresário Felipe Neto em Harvard, em um curso modular, com módulos curtos, projetado para altos executivos corporativos que não podem se afastar por períodos longos de suas companhias.

Apesar da interessante história apresentada dois aspectos me incomodaram um pouco durante a leitura.  O primeiro deles é a frequência com que a quarta parede é quebrada.  Se várias vezes o recurso é utilizado de maneira fluida, realmente colocando o leitor e o autor em uma jornada compartilhada, em outras isso apenas passa a sensação de uma cotoveladinha, uma piscadinha e um comentário “viu só como eu sou zoeiro?”.  O outro aspecto que não me agradou muito é que em alguns momentos a história está fluindo bem, se desenrolando, apresentando aspectos relevantes da sua carreira e basicamente entregando a mensagem que parece ser pretendida pelo autor de uma maneira eficiente  quando tudo para.  O autor sente a necessidade de esclarecer o ponto de uma maneira mais explícita, sacrificando o andamento e fluidez da narrativa.  No extremo, pense na lição ao fim do episódio do He-man...

Credito facilmente os dois aspectos que me incomodam ao fato de não ser o público alvo do autor.  A empatia dele com os jovens evidencia que nenhum dos dois aspectos é um problema real, mas apenas um problema para mim.


Com isso a narrativa apresentada por Não Faz Sentido – Por trás da Câmera não só é válida, mas interessante e recomendável.  Espero que você possa tirar boas lições do livro, e também discorde dele se necessário.  Isso não é um problema, e faz todo sentido.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Potter: Um Mundo de Volta

Esse certamente é um livro que não pode ser analisado da mesma maneira que centenas... milhares de livros, procuram e alcançam seus leitores. Ele é mais que páginas ou bits, mais que um Blockbuster. Harry Potter and the Cursed Child é um Evento.
Ressuscitando a franquia que marcou toda uma geração, encantou leitores de todas as idades (fazendo ou não parte dessa geração) traz todas as vantagens e desvantagens de algo tão descomunal que, não raro, é responsabilizado por ter mudado os hábitos de leitura de uma sociedade. Quantas vezes já não ouvi a frase, as pessoas leem mais por causa da franquia Harry Potter, ou que mais pessoas estão tentando escrever por terem sido marcados por aquele Universo?
Não é tão difícil de imaginar a enorme responsabilidade de seguir algo tão marcante, de ser tão bom quanto, de ser maior, melhor, mais marcante. "Good shoes are so hard to fill". / É tão difícil preencher o vazio que ficou com o fim da série, no rastro de destruição da Batalha de Hogwarts. Ao mesmo tempo não é difícil sentir o gosto dos primeiros desafios enfrentados por um garoto assombrado pelo mundo inexplicável ao seu redor, mas com seu coração e espírito no lugar certo.
Indo de peito aberto em um mundo novo, e ao mesmo tempo tão familiar, você pode encontrar toda a nostalgia, toda a coragem, toda a inspiração que marcaram uma geração.
Toda a magia ainda está lá... junto com muitas decisões difíceis por parte do autor e dos personagens.
Se joga na Nostalgia, mais um verso sempre.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Cozinhando uma Sopa de Cebola... sem cebola



Depois de um longo inverno, segue uma nova postagem, dessa vez um pouco inusitada.  Atendendo a alguns pedidos vou postar a receita da sopa de cebola cuja foto publiquei ontem no Facebook e ilustra esse post.

Sopa de Cebola

Abra uma cerveja para inspiração.  A seleção de ontem trouxe 2 garrafas de Baden Weiss.

Parte líquida (e isso ainda vai fazer sentido mais para frente):

1/2 litro de água (Por pessoa)
1 Cebola média para grande cortada em rodelas finas (Por pessoa)
1 tablete de caldo de carne (Por pessoa)
Sal Rosa do Himalaia (não temos mais sal normal em casa) em quantidade aleatória
Pimenta do Reino moída na hora em quantidade igualmente aleatória.

Cozinhar tudo junto até parecer pronto (o cheiro costuma ser um indicador mais confiável que a aparência), acenda o forno para pré-aquecer (também fará sentido no futuro).
Uma vez que isso tudo esteja pronto seguimos para a segunda etapa...

Terrinas individuais que possam ir ao forno (aquele que você deixou pré-aquecendo)
Forrar o fundo com queijo (prefiro muzzarela, em fatias grandes para diminuir o trabalho, mas já usei queijo prato antes).
Completar até a metade da terrina com a sopa de cebola
Incluir uma fatia mais grossa, ou duas mais finas de pão italiano
Completar a terrina com a sopa e cobrir a terrina com queijo muzzarela também.
Queijo ralado por cima para gratinar e dar acabamento na apresentação.
Levar ao forno até derreter o queijo que está cobrindo a terrina / gratinar os queijos na superfície (o tempo e temperatura também nunca foram controlados).

Para fazer a versão infantil "Sopa de Cebola sem Cebola" que não deu certo e foi rejeitado na primeira tentativa é só tomar o cuidado de não pegar as rodelas de cebola quando for pegar a sopa.

Não tenho certeza de quanto pode ajudar essa receita.  Existe uma grande número de indeterminações nos tempos e quantidades dos ingredientes, mas foi assim que eu acabei me acostumando a cozinhar de ver o meu pai na cozinha, frequentemente, aos fins de semana.

Na música temos um recurso conhecido como Coda.  Uma nota que soa por tempo indeterminado e não necessariamente respeita as regras da composição.  Esse recurso deve ser um dos recursos instrumentais mais representativos do ponto de vista expressão.  Um ponto de indeterminação e personalidade ao tocar que acabo usando na minha culinária.  Um dos mais importantes versos nessa música instrumental.

E com isso "Winter is Coming" e sei lá mais quanto tempo se passará sem eu postar por aqui.  Mesmo assim estou toda semana nas minhas colunas no Leitor Cabuloso e por hoje é só!





domingo, 3 de fevereiro de 2013

A surpresa pode estar nas letras miúdas, ou no fim dos créditos...


Ontem fui mais uma vez ao show do Marcelo Nova.  Desnecessário dizer que o músico é parte essencial da história do Rock Brasil e levou toda a cena para frente por diversas vezes de sua maneira desafiadora.  Os shows são sempre rock puro c/ bandas afiadas.

Estranhamente esse texto não é sobre isso, mas sobre algo que esse show me lembrou.  No final da década de 80, Marcelo Nova gravou um disco com o Raul Seixas (lenda do Rock nacional cuja carreira, infelizmente, não acompanhei na época).  Esse disco foi lançado dois dias antes da morte do Raul.  Músicas excepcionais com letras e instrumentais brilhantes.  Dessas se destacam Nuit e Carpinteiro do Universo.

Esse disco veio depois de uma turnê de 50 shows onde um Raul Seixas debilitado participava em apenas metade do show.  Quando, adolescente, ouvi o disco e achei ótimo.  Aprendi a tocar as duas músicas mencionadas em arranjos muito simples e ouvia com frequência ao disco.

Anos depois comprei o CD, já difícil de ser encontrado, e sentei para ouví-lo com o cuidado merecido.  Fui surpreendido com a formação da banda para a gravação.  Na minha lembrança, esse disco havia sido gravado pelo Envergadura Moral (banda de suporte do Marcelo Nova na época), mas percebi a presença constante de um membro adicional.  Os créditos apontavam a presença do guitarrista André Christovam, músico favorito no Blues Brasil e um dos principais para mim quando penso em escala mundial.

Nesse momento percebi que esse CD não seria guardado na coleção nem com os do Marcelo Nova nem do Raul, mas com os do André.  

Minha admiração ao disco ampliada por essa descoberta foi ainda aumentada quando em um show do André alguns anos atrás ouvi do mesmo histórias de bastidores da gravação desse disco e de alguns outros.  Fui atendido por alguém que para mim era basicamente um mito com gentileza e generosidade memoráveis e por isso sou profundamente grato.

Não costumo pedir autógrafos por julgar que estou de certa forma incomodando ou impondo minha presença a alguém que não me conhece e para quem não apresento nenhuma "razão" para que ela tenha interesse em falar comigo.  Dessa vez, por influência de uma amiga (Marina Pimentel) quebrei essa regra e mais do que valeu a pena por ouvir todas aquelas histórias em primeira mão.




Pequenas surpresas no estudo cotidiano das artes é apenas mais um dos versos dessa música instrumental.

sábado, 3 de março de 2012

Discos que não mudaram o mundo 1: Gabriel, o Pensador

Inspirado no blog http://www.artperceptions.com/ faço a primeira sequência de artigos em um mesmo tema. Apesar desse artigo estar na cabeça a alguns meses sem encontrar o caminho para a rede, o próximo da série, por motivos óbvios que ficarão claros em sua publicação, sairá na primeira metade de abril. A ideia é de falar sobre discos que, apesar de gravados há muito tempo, poderiam ter sido compostos semana passada... infelizmente!

O primeiro disco gravado em 1993 pelo rapper carioca Gabriel, o Pensador trazia um espírito muito diferente do rap que já vinha sendo praticado em SP por grupos como o Racionais MCs. Ao invés da agressividade e virulência em sua música o gingado e o jeito carioca, mas em nenhum momento menos controverso. Este trabalho incluía músicas como seu primeiro hit “Tô Feliz (Matei o Presidente)” de 1992, Lôraburra, Retrato de um Playboy, Indecência Militar entre outras.

Antes da música “Tô Feliz” começar, o próprio autor provoca com relação a colocar uma música cujo assunto já não era mais atual, devido ao impeachment do Collor. Infelizmente não apenas essa música com relação a políticos corruptos em nosso país continua atual, inclusive com a inacreditável “ressureição política do Collor (sério, se alguém falasse na época que ele ia voltar, quem não riria). Temos ainda o serviço militar obrigatório retratado por “Indecência Militar”, a desigualdade social retratada em “Retrato de um Playboy”, “175 Nada Especial” tratando de uma revoltante, mas cotidiana volta de ônibus e o “Resto do Mundo” onde um mendigo canta “O meu sonho é morar numa favela...”.




Lôraburra” um dos dois grandes hits no lançamento do disco (junto com “Retato de um Playboy”) provoca, se utilizando para isso de um preconceito generalizado relacionado a “capacidade intelectual platinada”. Próximo ao fim da música pega mais pesado ampliando o conceito para o comportamento e não uma característica física, provocando realmente forte, “morenas, ruivas, preta, careca, natural” como cantado na própria música, que até então se achavam “seguras” com relação a essas críticas.



Por tudo isso, esse é um álbum que infelizmente não mudou o mundo, mas teve grande importância em mostrá-lo, e, acredito, começar uma mudança e uma batalha de um jeito mais sutil. Falando com jeito a uma classe média que ainda não estava disposta a enxergar as mazelas do mundo e algumas decisões difíceis que se aproximavam pôs em movimento algumas importantes engrenagens.

Mais sobre isso próximo mês... com outro verso dessa música instrumental.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Pensamentos a respeito das manifestações a respeito da doença do ex-presidente.

Esse texto não pertence realmente ao Blog, apesar disso, não quero vê-lo se perder no tumulto q é uma timeline do FB. Por isso aí vai:


Queria discutir brevemente a respeito de todo esse "fuá" a respeito de uma notícia triste. Sim pq, apesar de não gostar do estilo do ex-presidente, seu tráfico de influência e política do "eu não sabia", essa é uma doença séria e terrível que já me levou algumas pessoas próximas, que não permitiu que eu conhecesse meu avô. Qual o ponto real em se debater levar essa pessoa que tem condição econômica e principalmente, paga mensalmente um plano de saúde particular, a se tratar no SUS. Caso o fizesse, para mim seria uma demonstração inenarrável de demagogia rasteira por diversos motivos. 

Em primeiro lugar pq não é necessariamente castigo ir p/ o SUS. O presidente americano corre o sério risco de não ser reeleito por tentar criar um SUS, que é algo que temos a tanto tempo. Países q acabaram com a saúde privada como o Canadá tem sérios problemas no tratamento de doenças mais graves tendo vários de seus pacientes saindo do país. Amigos meus, mais ajuizados, que se mudaram para o Canadá, mantiveram seus planos de saúde no Brasil e dizem pretender vir se tratar aqui caso suspeitem de algo mais complexo além de aproveitarem férias no país para consultarem os médicos da sua preferência.

Segundo ele não precisa. Paga mensalmente um plano de saúde particular justamente para ter opções.

Terceiro, o SUS não tem atendimento precário em toda a sua rede. Possui centros de excelência onde, apesar de difícil conseguir uma vaga, não seria um problema fazê-lo para tal autoridade.

Quarto argumento e o mais definitivo para mim. Como experimento seria contraproducente. Ele não tiraria a vaga de uma pessoa que realmente precisa desse atendimento gratuito, mas de muitos. Todo um aparato teria de ser desenvolvido, um hospital que não tem estrutura para receber a cobertura da imprensa ou "ataques" de fãs e curiosos teria de ser adaptado para conseguir receber o presidente com segurança, e isso seria feito sem problemas e a um custo enorme.

Desejo sinceramente que nunca mais volte a vida pública pois, a meu ver, já causou estragos demais, mas desejo um pronto restabelecimento, com acesso a todos os recursos que lhe forem possíveis para lutar contra essa doença terrível.

Sucesso na batalha!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Bud x Heineken

E no começo essa briga não era minha... a muito tempo atrás, eu simplesmente não tomava cerveja. Até preferia uma delas, mas na verdade eu preferia outras bebidas.

Então veio a Universidade. Anos de carteira vazia, e bebidas baratas. Acabei me distanciando de ambas, mas no fundo peguei gosto pela tal de cerveja (mesmo que as marcas mais mundanas e cotidianas para o brasileiro médio). Esse foi um passo importante na direção desse post.

Muitos anos se passaram, e continuei tomando cerveja, dessa vez como a bebida mais frequente no meu dia a dia, e sempre procurando por novas e melhores marcas. Processos diferentes de produção, um paladar mais encorpado.

Recentemente a Heineken decidiu investir no mercado brasileiro, o que é excelente para mim, que sou grande fã da marca. Trouxe executivos europeus, acentuou sua participação nas redes sociais, trouxe lançamentos como embalagens limitadas para colecionadores e... a melhor cerveja possível! Tempo e cuidado no processamento diferenciados, matérias primas selecionadas. Paladar inigualável no mercado a que se destina (não artesenal). Ponto para ela!!!

E então vieram dois fatores, o marketing e a concorrência.

O marketing: apesar de executivos e embalagens, a Heineken se meteu no ramo do patrocínio de grandes eventos. Vou trazer como exemplo o Rock in Rio recente. Não ouvi elogios nem reclamações específicas a respeito da marca. No entanto, o festival ficou marcado pelo caos no atendimento ao consumidor. No início já foi suspensa a proibição de se entrar com alimentos devido a dificuldade e as longas filas. Não posso deixar de imaginar que a marca tenha acabado se "enrolando" em tudo isso.

A concorrência: ainda mais recentemente a Budweiser foi trazida pela Ambev para o país, a fim de concorrer diretamente com a Heineken. Sendo uma cerveja de qualidade notoriamente inferior, processada na metade do tempo, com matérias primas inferiores (40% segundo a embalagem) e com 3 concorrentes de qualidade semelhante no país, todos do seu próprio fabricante. Para tal feito, conta com a força da marca tradicional, uma cadeia de distribuição imbatível no país, mas principalmente com o marketing a fim de buscar o posicionamento desejado pela marca no mercado. Tudo isso leva ao ponto onde eu queria chegar: patrocinando a turnê do Eric Clapton no país, fui ao show de SP, temos, que a qualquer momento do show era possível conseguir em poucos minutos uma Budweiser gelada, perfeita. Sem perder o show, sem se distrair... pura diversão! Tudo funcionou, logística perfeita, atendimento impecável. Ponto para eles, por mais que odeie conceder esse "empate".

E agora, será que a Heineken está pronta para "dar o troco" no SWU que se aproxima?
Ainda não é certeza se vou conseguir conferir pessoalmente, mas certamente estou curioso por notícias.

Procurar entender o que está por trás do óbvio, e conceder que aqueles por quem vc torce tb "pisa na bola" são outros versos dessa música instrumental.

PS: o autor torce honestamente para q vença o melhor, e é óbvio quem é esse não é? =D

PS2: A foto não é de nehuma das duas, mas de uma das cervejas mais perfeitas que eu já tomei. E, dessa vez, nem ingredientes / processos, nem marketing, pesaram na minha percepção.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Para diferentes públicos...

Estive recentemente em dois shows, com propostas completamente diferentes, que me mostraram uma diferença grande de comportamento do público atual.  Já faz alguns anos que vou sozinho a shows com grande freqüência.  Muitos amigos defendem que preferem ver de casa, esperar sair o DVD / Blu-Ray ou acessar o vídeo no “You Tube” postado por alguém que tenha ido.  Acredito que nada substitui a sensação de sair de casa, estar lá, vibrar com as músicas favoritas ou se surpreender com músicas novas, desconhecidas e covers.

Mas, voltando aos shows que eu mencionei... No primeiro semestre assisti ao mega-espetáculo apresentado pelo U2 com seu palco ultramoderno agindo como um quinto integrante da banda, e carregando boa parte da apresentação.  Esse tipo de apresentação tem seu valor e foi algo inesquecível, mas tudo é ensaiado, planejado e medido exaustivamente.  Além disso, apesar de não ser uma banda “nova”, renovou seu público e boa parte dos presentes era jovem demais para lembrar-se de um U2 mais espontâneo e mais “Rock”.  Como explicar então pagar mil reais para sentar “dentro do palco”.  Ver pontes se estenderem sobre suas cabeças com os músicos passando, literalmente a poucos metros das pessoas e essas pessoas assistirem todo o show pelos visores da câmera, como pode ser percebido por quem estava mais longe.  Qual o objetivo?  Existe um Blu-Ray, gravado com dezenas de câmeras c/ qualidade cristalina da mesma turnê.  O que será que alguém que fez isso responde na manhã seguinte quando os amigos perguntam como foi o show?  Ainda não vi a gravação?

Muito menos pretensioso, e tento não dizer isso de uma maneira pejorativa, a banda Os Mulheres Negras se reuniu, como fazem esporadicamente, para uma apresentação no SESC SJC (sempre eles, bom trabalho!!!).  Foram disponibilizados 800 ingressos, e vendidos talvez metade, a preços módicos. 
Essa é uma banda que marcou uma geração.  Pato Fu é freqüentemente colocado como inspirado nos Mutantes, mas vejo muito do “Mulheres” neles.  Música experimental, corajosa, baseada fortemente na eletrônica e samplers sem comprometer a qualidade / criatividade.  Não é mais possível encontrar nem os CDs deles (valia o relançamento, não valia Warner?), muito menos um DVD com o show.  E olha que esse DVD venderia bem. Eis que os dois músicos entram no palco. Banda boa de palco, Maurício contando histórias enquanto André grava bases na hora, na frente do público.  Uma foto espocava, lá na frente outra, mas poucas e discretas.  Os melhores registros desse show foram tirados pelo próprio Abujamra e postados em seu Twitter via instagram em tempo real(outras postadas pós show, de onde tirei a imagem que ilustra esse post).  Alguns se arriscam a filmar sua participação no Rotoscópio (apesar dos “riscos” inerentes alertados pelo Maurício).  Mas foi isso; um show para habitar a memória dos que foram e não algum link perdido do You Tube...
Cada um que queime seu dinheiro como quiser e assista ao show como desejar.  Alguns que pagaram R$1K no U2 nem gostam tanto assim da banda, mas tinham que estar presentes no “evento”.  Ainda prefiro acordar de manhã e saber o que dizer quando me perguntam como foi o show.  Alguns dos meus amigos preferem entrar no You Tube 3 dias depois e procurar o que postaram.

Em qualquer desses shows presto atenção em técnicas, decisões para o setlist e lembro-me da época em que eu tocava em uma banda com os amigos.  Isso que aprendo e as lembranças que eu trago são versos fundamentais dessa vida instrumental...

PS: Escolhi esses dois, mas poderiam ter sido McCartney e Joe Lally (Fugazi) que tocou em São José semana passada para, acho, 40 pessoas aproximadamente e arrebentou!!!

sábado, 19 de março de 2011

Ashes on Ashes

Ashes on Ashes (Rodrigo Fernandes)

Even knowing that, nothing lasts forever
We still build over ashes, the ashes of tomorrow.
I don’t wanna see tomorrow come and take away
the reason of my life, all of you.

Remember past, remember faces
I can’t see your traces, I forgot.
Ashes on ashes time destroys wherever it passes we’re just its toys.
I see you goin’ and, see I am fallin’
I lost it all in a heartbeat.

Chorus

I already miss you for a future that will come and go on, and on, aqnd on and on…
I’ll miss you all, but, will not see you anymore in my life.
That’s the only reason I wanna take this moment to say, goodbye, my friends, goodbye.



Escrevi essa música em 95 durante o estágio do curso técnico. Depois de uma adolescência complicada pela timidez, tinha me encontrado nessa época e estava feliz. Com a proximidade da formatura, via que ia “perder” a turma com a qual eu me dava tão bem e ir embora cursar a Universidade em outro lugar, com outras pessoas. O ponto é; eu teria que começar do zero a construir novas amizades p/ na próxima formatura todos se espalharem de novo.  Estranhamente na Universidade, apesar da timidez não ser mais um problema, não consegui o mesmo nível de integração com meus colegas.  Até hj meus amigos mais próximos são do ínicio da década de 90 e não do final.
Falo nessa música da angústia desse período de estudos onde vc cria amizades que parecem para sempre e volta a estaca zero outra vez.  E depois que percebe como funciona, a certeza da derrota antes do início.
Esse medo foi determinante no meu comprotamento e vencê-lo se mostrou fundamental em períodos posteriores da minha vida.  Essa música retrata as percepções de um jovem com relação a essa incerteza.  Mais um dos versos que escrevem essa vida instrumental...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Do Natal...

Falando do período de Festas que passou, posso dizer que não pedi muito...tudo que pedi foi um pouco de neve em uma cidade bem ao sul.  Bem ao sul do Ceará!  Definitivamente não fui construído para aquele ambiente.


Em 10 dias na frente do ventilador assistindo filmes e ouvindo música, muito valeu a pena.  A Família, alguns amigos, novas pessoas que conheci.  Mas hj escrevo sobre o cotidiano cultural desses dias.  Foram 35 DVDs, a maioria filmes mas alguns shows.  Entre os melhores posso citar o Persépolis, desenho animado francês sobre a situação política no Irã.  Toda a jornada foi devidamente transmitida pelo Twitter.  Acho que não tinha postado tantas msgs desde que entrei p/ o microblog...

Além desses DVDs escutei cuidadosamente 8 discos, entre eles Raphael Rabello tocando c/ Paco de Lucia em uma música comovente, um disco do Hermeto Paschoal surpreendente e Jimi Hendrix do qual conhecia muito pouco.

De toda forma esse é um post de festas.  Comemorações são importantes e mais delas estão por vir nesse ano... muito em breve!  A alegria é mais uma estrofe dessa música instrumental mesmo sem meu "white xmas"...